Nico Rosberg, sua primeira vitória e uma pergunta instigante

  


   Nico Rosberg escapou do rótulo de eterna promessa e trouxe de China um legítimo troféu de vencedor. A primeira vitória de sua carreira veio após 111 corridas na carreira. No sábado ele já havia conseguido sua primeira pole-position.

   O bonito troféu em forma de vaso chinês antigo (esse sim, era uma réplica) calou a maioria que duvidava ser possível a Mercedes manter na corrida o mesmo domínio que teve na qualificação. Isso porque é notório o alto consumo de pneus do carro prateado. Pois bem. Não só venceu tranquilamente como fez apenas 2 paradas para troca. Os carros da Mc Laren, seus maiores adversários, pararam 3 vezes.

   E a outra Mercedes? Schumacher largou em segundo e estava mantendo o ritmo até a primeira parada, quando os mecânicos fizeram uma besteira e o alemão saiu com uma porca de roda frouxa, sendo obrigado a parar logo em seguida. A equipe tinha tudo para fazer uma dobradinha.

   Button e Hamilton tiveram muito trabalho com o tráfego e lutaram bastante para alcançar o segunda e terceiro lugar. Travaram bons duelos com as Red Bull durante a corrida. Button correu como sempre, mas Hamilton vem surpreendendo com sua regularidade, saindo da China como líder do campeonato.

   Vettel largou em 11º lugar, fez uma parada a menos e mostrou habilidade em várias ultrapassagens. Na penúltima volta estava em 3º lugar, mas os pneus chegaram na lona e terminou se arrastando em sexto. Belíssima corrida do alemãozinho.

   O que dizer das Ferrari? Alonso foi modesto e conservador. Tirou tudo o que podia da carroça italiana e conseguiu mais 2 pontinhos. Já Massa largou em 12º e terminou em 13º. Chegou a liderar por duas voltas, fazendo uma estratégia diferente de corrida, mas mostrou novamente sua indecisão na hora das ultrapassagens e terminou pior do que largou.

   A Mercedes entrou de vez na briga pelo título. Pena que somente Rosberg esteja dando os frutos. Mesmo tendo um heptacampeão em seu cockpit cometo o sacrilégio de perguntar: Será que não está faltando piloto para a Mercedes?

 

 

Salada mista de pilotos

  

  Este é um ano especial para a Formula 1. Após dois anos de domínio quase absoluto da Red Bull a McLaren peitou a energética equipe de Vettel e começou arrasando no GP da Austrália. Também nunca tivemos tantos campeões mundiais iniciando uma temporada, são 6 no total.

   Em 2012, veremos Michael Schumacher, do alto de seus 43 anos, dividindo curvas com Jean Vergne, que tem metade da idade do alemão. Vergne nasceu em 1990 e Schumacher estreou na Jordan em 1991.

   Com um elenco tão eclético cabe a nós separar e catalogar o rebanho. Cada piloto tem a sua característica, sua história e seu estereótipo.

   Categoria "Os Gênios":
   Sebatian Vettel - Bi campeão aos 24 anos de idade. Venceu o GP de Monza, sob chuva, aos 20 anos de idade, pilotanto uma Toro Rosso (ex-Minardi). O que mais tem que provar? O garoto já é gênio.

   Jenson Button - O inglês é o legítimo herdeiro do jeito Emerson Fittipaldi de guiar. No mesmo estilo também era Alain Prost. Rápido, constante, sóbrio e que sabe economizar o equipamento.

   Fernando Alonso - Vai penar mais um ano pilotando uma Ferrari indomável e mais uma vez vai tirar leite da pedra vermelha. Fernandinho faz a diferença e evita um vexame ainda maior da escuderia italiana.

   Categoria "Sou bom mas nem tanto":
   Lewis Hamilton - Ano passado levou uma aula de Button. Aquele que era a estrela da McLaren teve um ano cheio de acidentes e polêmicas. O cara já foi campeão, é rápido e agressivo, mas falta maturidade e tranquilidade.

   Nico Rosberg - Eterna promessa que já amadureceu e está passando do ponto de brilhar. É rápido e constante, mas já está no seu sexto ano de F1 e não venceu ainda. Com o novo carro da Mercedes, pode ser que tenha chegado a hora.

   Felipe Massa - Após perder o campeonato de 2008 por apenas uma curva, esperava-se que o título viria normalmente, mas vem colecionando vexames constantes. Talvez tenha ficado um pedaço da mola do Barrichello em sua cabeça.

   Categoria "Tô na hora extra":
   Michael Schumacher - Quando se aposentou estava na categoria "Lendas da F1". O retorno foi difícil e houve em 2011 o rebaixamento para "Os Gênios". Começa 2012 na categoria dos aposentados que teimam em continuar correndo. Essa inssistência pode comprometer sua história?

   Mark Webber - O australiano de 35 anos foi atropelado por Vettel no ano passado. Já se acostumou a chegar atrás do seu companheiro de equipe e não demonstra mais o entusiasmo de antigamente

   Heikki Kovalainen - Kova nem é tão velho, mas andar na Caterham envelhece qualquer um. Ano passado foi muito melhor que o ex-companheiro Trulli, mas terá que mostrar mais se quiser voltar às equipes de ponta.

   Pedro de La Rosa - Foi piloto de testes por muitos anos na McLaren e lá deveria ter ficado. Quando voltou para a Sauber levou uma sova do então estreante Kobayashi. Por amor à pátria está na HRT agora

   Timo Glock - Quem pensa que só sai piloto bom da Alemanha se esqueceu do Glock. Está indo para sua terceira temporada na Marussia/Virgin sem ter mostrado absolutamente nada.

   Categoria "Fique de olho"
   Sergio Perez - Ano passado se destacou na Sauber, mas o acidente em Mônaco interrompeu uma bela temporada de estréia. O brilhante segundo lugar na Malásia fez as grandes equipes olharem com atenção o mexicano.

   Romain Grosjean - Um belo exemplo de dar um passo atrás para poder dar dois à frente. Sua primeira passagem na Renault foi pífia, mas retornou com bons momentos em 2012. Quando conseguir evitar os acidentes vai trazer muitos pontos à Lotus.

   Paul Di Resta - O escocês é primo do Dario Franchitti e marcou muitos pontos para a Force India em 2011. Nesse ano tem tudo para ser ainda melhor.

   Nico Hulkenberg - Depois de conseguir uma pole-position no GP Brasil de 2010 com uma Williams o alemão mereceria um lugar no céu. Ao contrário, passou 2011 fora do grid e retorna agora como promessa.

   Jean Vergne - Cria da escola de pilotos da Red Bull, foi campeão da F3 britânica em 2010 e vice na World Series em 2011. Causou boa impressão até agora.

   Daniel Ricciardo - Maior aposta jovem da Red Bull. A equipe lhe bancou um estágio no purgatório da HRT no ano passado. Na Toro Rosso poderá provar se é tudo aquilo que falam mesmo. Provável substituto de Webber na Red Bull.
  
   Categoria "Show Man":
   Kamui Kobayachi - É arrojadíssimo e não tem medo de ultrapassar. O problema é que bate mais que Bruce Lee em filme de Kung Fu. Com certeza é o melhor piloto japonês na história da F1

   Pastor Maldonado - É Venezuelano mas parece muito com o colombiano Montoya, se bem que mais magro. No melhor estilo "Win or wall", vem aumentando o número de fãs e os custos da Williams na reposição de peças.
  
   Categoria "Tô Pagando"
   Bruno Senna - Até o momento era uma grande jogada de marketing, mas marcou bons pontos pela Williams na Malásia. Fará uma boa disputa com Maldonado. Quem terminará com mais pontos?

   Charles Pic - Alugou um dos cockpits da Marussia para 2012. O francês não tem grandes resultados nas categorias menores e deve passar o ano no limbo do grid. Deverá ter uma carreira rápida, insípida e inodora na Formula 1.

   Vitaly Petrov - O russo teve momentos memoráveis na Renault e começou 2011 com um pódio, mas foi só. Quando teve um companheiro forte levou uma surra do Kubica. Carrega consigo muitos rublos de patrocínio e substiuiu Trulli na Caterham.

   Narain Karthikeian - Também está na catogoria "Hora Extra". Ser o primeiro indiano a pilotar um F1 foi a sua maior conquista. Trouxe o patrocínio da montadora Tata e descolou um lugarzinho na carroça da HRT.